Eu
sei que a vida deu uma volta enorme. Mais do que isso, eu sei. Mas eu
sei também que comi cada cheiro de poeira que passou pelo meu caminho.
Eu quis te dizer isso o tempo todo e quis também demonstrar, sem sucesso
- pois ao mesmo tempo fugi de medo. Pavor!
Hoje minha cama está vazia.
Mas ela nem sempre está vazia... Só que, mesmo cheia, não fica quente de
jeito algum. Ou nunca ficará... Te liguei com uma desculpa esfarrapada,
é verdade. Eu não te esqueci e não vou esquecer jamais. Não é parte de
nenhuma doença esse revelar. É parte da minha sanidade. Eu posso ser
feliz com um mundo inventado - eu nasci para inventar. Escrevo sobre
vidas e reinvento a minha o tempo todo. E não tem nada que me traga mais
felicidade do que relembrar o que vivemos....
Me
desculpe, mais uma
vez, por evocar um passado presente. Eu vou te amar pra sempre.
Intensamente. Mas vou amar um ser que não existe mais. Um brinde ao
presente futuro. Ou seria futuro presente?
Para a seleção da Oficina Compartilhada
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