Aquele que procura faíscas...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A nostalgia dos Canalhas

Diálogos internos intermináveis novamente... Parece que o sentido da minha existência é aprender a conviver comigo mesma. Vai e volta a mesma situação. O Universo me testando... Então me pergunto: abrir a porta do carro para ela, acender o cigarro de uma mulher qualquer ou mesmo carregar peso para sua mãe, irmã ou amiga, pode estar fora de moda, mas virou motivo de vergonha?

É claro que o cara não TEM QUE fazer gentilezas, ele pode ser um tosco, um selvagem, um grosso. Do jeito que o ‘mercado’ está, pode até ser um completo imbecil e fanfarrão. Mas se ele for atencioso, carinhoso, gentil ou companheiro, mesmo que num momento de distração, será julgado de forma negativa? É preciso dar uma esculhambadinha para se sentir normal?

O canalha de Nelson Rodrigues era o vigarista do amor. Era o canalha não assumido que fazia gentilezas em nome de uma boa trepada. Hoje em dia nem isso. Nem mesmo a doçura do Canalha sobrevive. É óbvio que ele não vai pagar a conta. E oferecer o próprio guarda-chuva, só para dar uma romantizada? Nem pensar! Toda e qualquer atitude que contenha um mínimo de nobreza é espremida num canto escuro e lá apodrece, a passos largos.

"Hoje é muito difícil não ser canalha.

Todas as pressões trabalham para o nosso aviltamento pessoal e coletivo." Nelson Rodrigues

2 comentários:

  1. Creio que você está enganado!
    O importante é ser sincero!

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  2. Não entendi seu comentário, é claro que as virtudes são importantes, e é exatamente disso que trata o texto ;)

    "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus. O homem chega a desanimar-se da virtude, a rir da honra, e ter vergonha de ser honesto." Rui Barbosa

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