Entrei no banheiro. Sentamos do lado de fora. Estava calor, então pedimos cerveja. A que estivesse mais gelada. O garçon trouxe copos e um cardápio. Era bem velho. Agradecemos com carinho, automaticamente. Minha amiga frequentava o lugar e éramos sempre bem servidas. Nesse momento vimos Aquele Cara do outro lado da rua. Fazia tempo que não o via. O telefone vibrou bem na hora e foi bom para disfarçar. Deu um frio na barriga, mas logo passou. Ela me perguntou quantas vezes por dia eu pensava nele. Fiz cara de paisagem e disse, lamuriosamente: “Toda hora.” Ela suspirou e mudou de assunto. Realmente de nada adiantava me massacrar com sermões. Sentimentos aqui quando chegam, grudam por um bom tempo. Ela disse que Aquele Cara estava atravessando a rua enquanto eu mexia no celular. De repente, senti frio. Na verdade, gelei. Uma menina na mesa ao lado levantou correndo e se pendurou no pescoço dele. Me deu enjôo. Saíram andando para o lado contrário e fiquei pensando que ele nem me enxergou. Nesse dia cheguei em casa totalmente embriagada. Chorei até cair no sono. E nunca mais pensei nAquele Cara. Nunca mais o vi também.
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