Quando tirei da pasta uma agenda de papel, ele imediatamente fez a mesma coisa. A mesma agenda, só que de outra cor. Senti uma certa cumplicidade naquele ato. Como se estivéssemos tocando as mãos, nos acariciando às escondidas. Será que teria coragem de me abordar?
E se eu fizesse o contrário? Sou a narradora da minha própria história, não preciso de personagens para me mover. Eu mesma faço o meu mundo girar. E fiquei ali, viajando nas infinitas possibilidades que me aguardavam. As mãos dele se movendo e eu hipnotizada, olhando meio de lado. Quando de repente levei um susto:
Ele: Quer tomar um café no intervalo?
Eu: Oi? É... Quero sim.
Ele: Então vamos descer juntos quando acabar?
Eu: Tudo bem.
E me senti patética por um instante. .
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