Aquele que procura faíscas...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Da Solidão Sem Fim

Os milhares de barulhos lá fora gritam minha solidão no quarto escuro. Acendo uma vela que me faz companhia. Venta forte e vem cheiro de chuva por baixo da cortina pesada. O relógio do telefone marca 3:34. A cama é grande e não consigo dormir. Antes de se apagar, a chama aumenta. Assim é minha falta de sono. Que resiste e insiste antes de se despedir dos olhos abertos. Barulho de alguém acordado. Seria no quarto ao lado? Ou num canto dentro de mim? Barulho de água. Mais vento. Moringa, torneira ou chuva? Fecham a porta. Uma porta? São tantas. A chama da vela dança. Barulhos. São tantos. E os caminhos para o coração? Esses caminhos do coração....
Vela apagada.
Sono.
Cera.
Chão.

Da Solidão Sem Fim II









Escuridão
Vem a noite e esqueço o que busco e o que sou
Assim meditando volto ao ponto de partida
Recobro a serenidade esquecida
E faço as pazes com a solidão.











Para a  seleção da Oficina Compartilhada

terça-feira, 17 de abril de 2012

Das Musas e do Amor

Nasci para ser musa
E vivo a repetir a mesma coisa

Não preciso ser musa de artista
De Carnaval ou de trovador

Eu só quero mesmo é ser 
a musa do meu amor.


























Ervas Daninhas


Prefiro a vida breve de uma borboleta a viver mil anos com o peso de ter secado um rio.


Cinzas Coloridas

Fazendo as pazes com a solidão
Encontrei o não

Não quero gente intrometida
Não quero amizade falida
Não quero escolha arrependida


Quero que a estrela brilhe
E que a chuva molhe
Quero abraço apertado
E não quem faz corpo mole

Quero sol azul de bicicleta
Praia, bosque
Pra sair na rua

E quero dia chuvoso
Cinza de preguiça, cama e eu, nua
Pra ficar na minha
Junto com você, na sua

Quero focar pra distrair
E sorrir pra me alegrar
Quero férias
Pra de mãos dadas caminhar

Sair correndo
E num mergulho, cair no mar
Quero você na minha vida
E desse jeito poder te amar




Desfolhando eu vôo





Aguardando o Outono chegar
Descasco

Desnudo e revelo
Nua

Inteira de mim
Crua

Fico à vista
No meio da rua


E acabo entregando mais do que quero

Sem farda, capuz ou fantasia
Pois o Carnaval já acabou

Mas enroupar-se é preciso

E o Inverno vem em mim
Como se fosse solidão


Até que a Primavera chega
E me acompanha ao Verão