Aquele que procura faíscas...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Dama do Além

Então? O que foi?


Você é tão egocentrado no seu complexo de inferioridade que não consegue correr atrás do que te faz feliz? Falta pulso, falta coragem, falta grito. Bagos. Os mais audaciosos diriam que faltam bagos. E o que te falta para morrer? É tudo de uma temperatura tão morna, tão passível, que a quase morte parece estar sempre à espreita. E se ela entrar sem bater, capaz de você estar com a maquiagem perfeita, pronto para lentamente aceitar o que te é imposto e caminhar para o mergulho fatal. Por quê? Por quê? Falta sangue, falta fogo?! Por quê?!


Suba no mastro mais próximo, não importando o tamanho da montanha, e lute para que o final seja diferente. Menos óbvio, promíscuo e passivo. Lute. Lute e verás que o homem que não quer, nunca ama, nunca escolhe. É amado e acolhe o desejado sem nunca ter experimentado a dor da escolha. E assim como aceita o prêmio com desdém, perde a chance de querer também.


Conformado vai se esconder no ninho e aguardar devagarinho a vez da Dama do Além. Ela chega sem avisar, mas esperando lá você está, com o medo que sempre acolheu. Ao te ver todo pronto – e você nem disfarça o pranto! – sem fazer jus ao que Deus lhe deu. A Dama apenas acena e ao seu passado te condena, sem nem lhe dizer adeus.


Pena, pena, passarinho, que te vê passar de mansinho, no portal do elevador. E quieto ele canta baixinho, piando bem de fininho, pra aliviar a sua dor. Mas você acha graça e de cima da sua empáfia, nega feliz o seu amor.

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